1. |
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Presta atenção, a situação não presta p'a tensão,
A bateria bate ao Tic-Tac da circulação...
Então dreno o oxigénio como precaução
E encharco-me com gasolina p'a queimar a frustração!
Que eu sou aquele gajo que vive de arranjar tachos,
E quando os acho vou-me a eles bêbado que nem um cacho...
Não tenho tempo p'a 'tar em baixo, quero ver se não me atraso,
'Tou numa de apanhar o comboio p'ra fora do fracasso!
E já 'tou como o aço, mas perdi-me no caminho,
Mergulhei num mar de rosas e aterrei num mar de espinhos!
Tudo culpa do destino, do azar, de uma mulher,
Que a culpa é minha, então coloco-a em quem eu quiser...
E se eu vontade não tiver, vou precisar de um motivo,
É Happy Hour, deixem-me sozinho no meu cabide...
A traça mata-me dia após dia,
Come-me a cabeça e eu nem sinto, deve ser da anestesia...
Divago em demasia entre o ontem e o hoje,
Sobre o porquê da minha casa me parecer sempre tão longe...
Esqueço os motivos todos graças a um cérebro instável
Que me leva sempre a testar se o chão é confortável...
Atento a mim parado no meu canto feito parvo,
Abandonem-me, deixem-me fracassar mais um bocado...
É só mais um bocado, prometo...
Eu juro que vou mudar, mas neste momento não tenho tempo!
É divertido ser quem sou, mas ninguém repara:
Repara em mim a rir-me sozinho da minha cara…
Eu paro e ninguém repara, quero consolação,
Então vou saltar de um prédio só p'ra chamar à atenção...
Olhem todos p'ra mim enquanto eu subo de nível,
Mas tragam-me álcool, 'tou a ficar sem combustível...
Largo a razão se é impossível eu não me perder no desnível
Entre o Ser não ver e o Ser ser invisível...
Vou aos S's, sem stress, não me apresses, já ‘tou perto...
Sei ao certo o que eu quero, mas não quero, então perco...
Não resulta ao certo, amanhã tenho de novo,
Só mais uma recaída, então siga mais um gole...
Oxigénio em défice, esquece isso sem porquês...
Se não entendes, nem tentes, passa à frente de uma vez...
Ignoro o tempo na instabilidade inevitável
Da ressaca do momento, que eu já sou Inoxidável...
Eu nasci nas noites loucas,
Na-Nasci nas noites loucas...
Eu nasci nas noites loucas,
Na-Nasci nas noites loucas...
(2x)
Eu nasci nas noites loucas,
Na-Nasci nas noites loucas...
Eu nasci nas noites loucas,
Mas já sou inoxidável.
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2. |
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Dizem que o tempo é relativo,
Isso explica o porquê de cada segundo à tua mercê me parecer infinito…
Isso explica o que foi feito e dito,
Eu digo-te algo bonito, tu dizes algo e eu juro que fica escrito...
Eu por ti juro, eu por ti mato,
Por ti tudo é dado e não me farto ao teu lado tudo é fraco,
Ao teu lado tudo é irrelevante,
Quero te dizer tudo o que conseguir, mas não sei como hei-de dizer tanto...
Quanto queres é quanto faço, nunca duvides…
Moldo as palavras que digo, p’ra gostares mais ao ouvires
E se não vires razões p'ra isso, vê melhor e sem adeus,
É que se olhares p'ros meus olhos vês os teus…
Vês? É a prova que nós somos, não te deixa segura?
Então eu deixo, que deixar-te é contra-natura...
Eu amo-te é uma jura, mas só por hoje ternura
Amanhã logo se vê... O amor arde e o sexo cura...
Eu juro tudo, eu juro que juro tudo,
Eu juro que sou como um sonho p’ra ti…
Eu juro tudo, eu juro que juro tudo,
Só não te juro que cumpra o que prometi…
(2x)
Shh.. Não digas nada, sente..
O meu coração não mente, por mais que eu queira...
Nem podia ser diferente, também de qualquer maneira
O teu entende a diferença entre amor e cegueira...
E eu vejo-te, tal como consigo vê-los:
Tantos corações carentes, tão pouco tempo p’ra eles...
Sou um amante viajante a navegar à deriva
Num mar de lágrimas que nem devia ter ganho vida...
Então? Não chores mais, é tudo por ti juro...
Eu dou-te tudo, só não me peças um futuro,
Eu não o tenho, nem o quero na verdade...
É muito trabalho, não posso ficar do teu lado...
Só quero que sonhes um bocado, é esse o meu pecado,
Faço-te sonhar sentado, levo-te aos sonhos deitado,
Então sonha um bocado, com o que eu serei p'ra ti,
Que eu sou como um sonho, quando acordas desapareci...
Eu juro tudo, eu juro que juro tudo
Eu juro que sou como um sonho p'ra ti
Eu juro tudo, eu juro que juro tudo
Só não te juro que cumpra o que prometi
(2x)
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3. |
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Passo na casa do povo da zona onde vive quem
Tem bagaço e tabaco, nada mais ou pouco tem.
Nem comida nem cama tem, só quando vão de cana,
Aqui a fuga do quotidiano é quotidiana man.
A mesa nova é boa, quem fode o pano voa,
Mais um mexicano na zona com taco na boca.
Soco na fuça de quem pausa de fato,
O teu iPod fodeu-te a mesada, aqui é quase dado man.
Da minha idade não bazam do básico,
Matriculam-se e não bazam do part-time no pátio.
Quando passam do tempo só vazam massa e cimento,
E não bazam da casa do povo onde o pai passava tempo.
Sem cabelo nem pente, fica um fiapo cinzento,
Naquela casa tem fama quem tem o dente da frente,
Na cave não passa o tempo e mesmo sem TV mano,
Vai o guito quase todo p'ra Texas Hold 'Em.
(Haka)
O imundo, o ruim e o porco... Casa do Povo!
O sujo, o cinzento e o roto... Casa do Povo!
O perdido, o achado e o podre... Casa do Povo!
É a Casa do Povo, Casa do Povo...
O imundo, o ruim e o porco... Casa do Povo!
O sujo, o cinzento e o roto... Casa do Povo!
O perdido, o achado e o podre... Casa do Povo!
Sê bem-vindo à Casa do Povo, Casa do Povo...
'Tás cá no tasco? Tinto ou branco é barrasco,
Tipo abafado d'enfrasque, aqui só se sai de arrasto...
E 'tá de rastos, se dás p'ra mau comparsa
Só não há pau no espaço porque já ninguém consegue levantar um braço...
É a vida na Casa do Povo,
Álcool, dívidas e jogo, nada de novo, velhos e podres
A dividir o dia entre vinho e tijolo,
Vem ouvir a sinfonia do arroto se és tolo...
Gole a gole aqui vai-se gastando todo
O guito do mês numa noite, só p'ra beber um pouco...
Mesmo à porco, família é coisa de doidos, p'ra eles vê se depois,
De onde não come um português não comem dois...
São horas e horas na Casa do Povo,
Onde homens se perdem todos por um pouco de lodo...
Mas p'ras mulheres é que cai o molho,
O que eles perdem elas perdem, dente por dente, olho por olho...
Quê?...
(Sarcasmo)
O imundo, o ruim e o porco... Casa do Povo!
O sujo, o cinzento e o roto... Casa do Povo!
O perdido, o achado e o podre... Casa do Povo!
É a Casa do Povo, Casa do Povo...
O imundo, o ruim e o porco... Casa do Povo!
O sujo, o cinzento e o roto... Casa do Povo!
O perdido, o achado e o podre... Casa do Povo!
Sê bem-vindo à Casa do Povo, Casa do Povo...
Boa noite povo. Quem me paga o copo de hoje?
Que o mês não findou ainda e já não tenho trocos.
Fui à colectividade, que a casa estava
Fechada, vocês sabem, o Sol ainda raiava.
A colectividade da cidade ao pé da casa
Só serve p'ra classe alta, na casa ninguém lá passa.
P'ró povo só passa a passa, e o vinho rasco
É escasso, que aqui só bebes o rasco do rasco do tasco.
Cheira mal, dizem, não que tenha notado
Que o meu copo sempre cheio deixa-me anestesiado.
E eu não masco, ninguém masca uma pastilha no fim,
O hálito é habitual tal e qual morrer aqui.
A minha vontade às vezes era saltar de uma ponte
Mas lamento, não há pontes na casa do povo.
Enquanto escrevo tudo torto no papel onde aponto,
Procuro novamente a ponte, e não há ponte p'ra o consolo. NÃO!
(Spasm)
O imundo, o ruim e o porco... Casa do Povo!
O sujo, o cinzento e o roto... Casa do Povo!
O perdido, o achado e o podre... Casa do Povo!
É a Casa do Povo, Casa do Povo...
O imundo, o ruim e o porco... Casa do Povo!
O sujo, o cinzento e o roto... Casa do Povo!
O perdido, o achado e o podre... Casa do Povo!
Sê bem-vindo à Casa do Povo, Casa do Povo...
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4. |
Cármen (prod. Mojo)
02:46
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Cármen, apercebi-me que te odeio
E escrevi o teu nome no meu peito só para dizer que te odeio...
Não sei se resulta,
Mas decidi morrer por ti para ver se morres afogada em culpa
Então puta, não te reges pela tua justiça?
E ainda manténs esse teu sorriso frio e calculista...
Os homens para ti são brinquedos,
E eu só não fui mais porque tu não me deste trevos..
Não, não estou a insinuar nada,
Tu não és bode expiatório, tu és cabra, caga
Cármen... Eu sei que faço merda, e queres que pague,
Mas quando é que um certo se fez com dois errados?
Ri-te à vontade da piada que não tenho
Enquando te entreténs com a frustração do teu rebanho…
E nunca te esqueças que embora seja estranho,
Lá pelo jogo ser teu não quer dizer que eu não ganhe, Cármen...
Cármen...
Cármen...
Cármen, acho que esqueci o perigo
De descobrir a diferença entre o que sinto e o que te digo...
Eu sei que não devia, é verdade,
Mas adoro a frieza com que condenas sem piedade,
E estamos condenados ao fracasso
Se eu te dou tudo o que tenho, e nunca te serve o que faço...
Não faço mais do que te dar desculpas esfarrapadas?
É a ironia do destino se eu me esfolo em prol de nada
Cármen, se te divertes com esta situação
Não esperes que algum dia eu te peça perdão, não...
Não te vou dar essa satisfação,
E ainda me rio na tua cara da minha frustração...
Então? Azia desse lado?
Tens 4 estômagos, digerir isto não é complicado...
Ok, é um bocado... Mas já devias ter entendido,
Eu posso arder no Inferno, mas vou-te levar comigo... Cármen...
Cármen...
Cármen...
Cármen…
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5. |
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Nasci numa Sexta-Feira 13, tenham medo...
Vou-me perder e morrer cedo, isso não é segredo,
Com ou sem razão não cedo, não devo, eu sou veneno,
Eu não tenho coração, eu tenho um buraco negro
E suga tudo o que se chega perto, não te chegues perto,
Não quero nem tu queres, podes ter a certeza…
Chama-me cabrão, mas 'tou certo que 'tou certo
E acabo para sempre só com um prato na mesa...
Menos loiça suja, menos trabalho pela frente
Ok, menos companhia, mas ao menos mais tempo...
E por mais que tente, agir de forma diferente
Acabo sempre a destruir auto-estimas por divertimento...
'Tou-me a cagar p'ra toda a gente, querida,
Só tive uma mão amiga: a que me deu chapadas da vida!
E curei toda a ferida com fita adesiva,
Para me isolar e proteger dos choques à vista.
Hoje perdi-me no motivo (sim, perdi-me),
Que me levou a mandar-te p'ro caralho e percebi que não o tive...
Mas eu sou livre! Sim, sou livre e
Tomei a liberdade de me ver livre de ti…
Porque…
Sozinho é Noites Calmas...
Tu a arder é Noites Calmas...
Álcool é Noites Calmas...
Eu em sangue é Noites Calmas...
Eu só quero Noites Calmas...
Eu vivo p'ra Noites Calmas...
Porque Noites Calmas, Dias Felizes...
Eu vou saltando com uma corda ao pescoço
De banco em banco, sem razão, só por gozo...
Nem há justificação p'ra tanto esforço
A minha vida não é uma puta, antes fosse...
Só me sinto bem quando não sinto nada,
Nem vejo vida em carne e osso à vista desarmada,
Sozinho é noite calma, comprimidos à parva,
A minha calma não nasceu teve que ser inventada...
Eu invento portas, porque nasci sem paciência,
P'ra suportar o peso da consciência
E por mais que tente agir de forma diferente
Acabo sempre a varrer problemas p'ra debaixo do tapete...
Que seja eu a razão pela qual te vais
É que sou tão negativo que atraio problemas a mais
E afasto pessoas aparentemente sem motivo,
Deixa-me sozinho, ou hás-de morrer na merda comigo...
Hoje perdi-me no motivo (sim, perdi-me),
Que me levou a mandar-te p'ro caralho e percebi que não o tive...
Mas eu sou livre! Sim, sou livre e
Tomei a liberdade de me ver livre de ti…
Porque…
Sozinho é Noites Calmas...
Tu a arder é Noites Calmas...
Álcool é Noites Calmas...
Eu em sangue é Noites Calmas...
Eu só quero Noites Calmas...
Eu vivo p'ra Noites Calmas...
Porque Noites Calmas, Dias Felizes...
(2x)
Na’...
Porque Noites Calmas, Dias Felizes...
Dizem que ressaca mata, mas hoje matei a ressaca…
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6. |
Sombra (prod. Deloise)
05:32
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(Dias de merda...)
Brinquemos ao faz de conta...
(3x)
Então?...
Ando a pegar fogo à minha vida…
Bota gasolina, e pode ser que eu queime toda a euforia…
Pode ser que eu me entregue a ela, mas não devia,
Porque ou fujo de ti ou ardemos em sintonia...
E sinto que um dia talvez mude,
Mas agora ando ocupado a ser a quem não quer ser muito,
E a perder cada minuto a lamentar o sucedido,
P'ra perder mais um minuto a lamentar tempo perdido...
Ando sempre pela berma da estrada do meu destino,
Se a vida me passar ao lado é a ironia do caminho...
A ironia que te mata se não entendes
Que jurei-te que não bebia mais, não te jurei que bebia menos...
Lamento, não vale a pena por muito que me peças,
Tenho um talento natural p'ra quebrar promessas...
E prometo essas palavras que o tempo não levou,
Mas nunca esperes mais de mim do que o que eu sou...
Mas não, não esperes que não me esconda
Se o nosso mundo tomba, não vou sair da redoma
Dá-me só uma razão p'ra renunciar à soma
Eu não sigo sou passagem, então força faz a conta
Mas não, não esperes que não me esconda
Se o nosso mundo tomba não vou sair da redoma
Dá-me só uma razão p'ra renunciar à soma
Sombra sombra, reza p'ra que me envolva
E se as palavras fossem nossas?
Eu juro que te dava a minha parte se fossem nossas...
Então goza, mas goza bem o pouco que tu notas,
No entanto eu escrevo o torto em linhas tortas..
Essas linhas mortas ainda abrem cicatrizes
Entre Noites Calmas e Dias Felizes,
Que dizes? Vou saboreando sereno e sozinho
O meu copo meio-vazio que vou enchendo de vinho...
Se te entendo adivinho quando te escondes em cores,
E dançamos o tango dos dissabores…
Entre o arco-irís que queres e o cinzento que te dou...
Já te disse, nunca esperes mais de mim do que o que eu sou...
Mas vou provar que tudo é possível,
No dia em que me convencer que não compensa ser invisível...
Mantém essa fé incrível acesa se fores capaz,
Enquanto eu espero que o tempo passe e me deixe p'ra trás...
E durmo, pode ser que amanhã não acorde,
Se acordar e te esquecer recorda-me que não te recorde...
E esquece-me, age como se nunca me tivesses visto
Que só acreditas nos teus olhos, se não me vês eu não existo...
Quero acreditar nisso, mas se não der insiste
Preciso duma desculpa p'ra desistir, então desiste
É tudo bem mais fácil se me deixares entre o nada
Eu não vou ficar sozinho, a minha sombra não me larga..
Mas não, não esperes que não me esconda
Se o nosso mundo tomba, não vou sair da redoma
Dá-me só uma razão p'ra renunciar à soma
Eu não vivo sou miragem, então força faz a conta
Mas não, não esperes que não me esconda
Se o nosso mundo tomba não vou sair da redoma
Dá-me só uma razão p'ra renunciar à soma
Sombra sombra, brinquemos ao faz de conta
Brinquemos ao faz de conta,
(3x)
Mas não, não esperes que não me esconda,
Não esperes que não me esconda…
Brinquemos ao faz de conta,
Brinquemos ao faz de conta,
Brinquemos ao faz de conta,
Vamos ser muito felizes, eu e a minha sombra...
(2x)
…Eu e a minha sombra.
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Sarcasmo Aveiro, Portugal
Sarcasmo olha para o mundo com olhos de descrença e fatalismo e é isso mesmo que (d)escreve, saboreando o travo amargo de cada ironia da vida como se fosse a última; vivendo cada história triste que conta com um sorriso, como se fosse a última.
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